A inteligência artificial já não mora no futuro. Ela saiu dos laboratórios e entrou na sala de aula, no planejamento de aulas, na produção de conteúdo e até nas correções feitas por professores.
E não estamos falando de um cenário hipotético. Essa virada já começou.
Mas o que, de fato, está em movimento? Onde o Brasil avança com mais força? E o que ainda impede essa transformação de alcançar todas as escolas?
Neste post, você vai entender os dados, os bastidores e os desafios reais da IA na educação brasileira. Bora acompanhar?
A IA em números
Se você estuda ou trabalha com educação, já deve ter visto a IA sendo usada para revisar textos ou criar apresentações.
Mas a dimensão do uso impressiona: 71% dos universitários brasileiros afirmam usar IA nos estudos. Desses, quase um terço diz recorrer a essas ferramentas todos os dias é o que aponta um levantamento da Agência Brasil.
O uso frequente vem acompanhado de familiaridade. Em 2023, 69% dos alunos conheciam IA. Em 2024, esse número saltou para 80%, segundo o estudo da Focus Brasil.
A presença da IA não é pontual. Ela se incorporou à rotina acadêmica.
Professor vs. IA
Mais da metade dos estudantes acredita que a IA pode cumprir parte das tarefas do professor. As mais citadas? Correção de provas e organização de conteúdo.
O dado não sugere substituição. Segundo a Agência Brasil, a IA é vista como forma de reduzir tarefas burocráticas, liberando o docente para interações mais ricas com os alunos.
Boas práticas para uso de IA pelo professor:
→ Gerar feedback personalizado em atividades escritas;
→ Automatizar a correção de provas objetivas;
→ Criar roteiros de aula com apoio de assistentes virtuais;
→ Manter bibliografias e materiais sempre atualizados;
→ Traduzir e adaptar conteúdos para diferentes níveis;
→ Sugerir exercícios conforme o desempenho do aluno;
→ Usar chatbots para tirar dúvidas fora do horário de aula.
Onde a aplicação já acontece
No Brasil, a IA já deixou o campo das promessas e vem sendo implementada em diferentes contextos escolares, com resultados palpáveis.
→ A FTD Educação criou um sistema que corrige redações manuscritas e já está presente em redes públicas de sete estados;
→ A Cogna utiliza IA desde 2020 e já impactou mais de 3,2 milhões de alunos com plataformas de aprendizagem adaptativa;
→ A Arco Educação, em parceria com a OpenAI, oferece personalização para estudantes com deficiência e automação de questões abertas;
→ A Teachy ajuda docentes na organização e correção de atividades com apoio de inteligência artificial.
Outras soluções, como Blox, ScormAI e Mundo EAD, mostram que o ensino a distância também encontra caminhos viáveis com apoio tecnológico.
Iniciativas públicas começam a ganhar escala
O estado do Piauí virou referência ao incluir a disciplina de IA para mais de 120 mil estudantes. A proposta, reconhecida pela UNESCO, aborda desde machine learning até ética digital.
No Paraná, as formações para professores e o uso de ferramentas digitais atingem hoje mais de meio milhão de estudantes, de acordo com a Agência Brasil.
O Ministério da Educação também está envolvido nesse processo, com diretrizes nacionais em desenvolvimento para orientar o uso pedagógico da tecnologia.
A lacuna ainda está na base
Infraestrutura e capacitação continuam sendo os principais gargalos para a expansão da IA no ensino brasileiro.
Muitas redes públicas operam com acesso precário à internet, poucos dispositivos disponíveis e sem suporte técnico. Nesse cenário, as soluções travam antes mesmo de começar.
Na formação, o retrato é parecido. Dados da Bett Brasil 2025 revelam que 74,8% dos professores enxergam valor na IA. Mas apenas 39,2% a utilizam com frequência em sala (CNN Brasil).
A tecnologia existe, mas onde falta preparo, ela não avança.
Resultados que já podem ser observados
Quando aplicadas com estrutura, as ferramentas de IA geram melhorias práticas:
→ Ajustes de conteúdo com base no desempenho e nas dificuldades de cada aluno;
→ Apoio à inclusão, com adaptações acessíveis e personalizadas;
→ Redução do tempo gasto com tarefas operacionais e ganho de foco nas interações pedagógicas.
É nesse ponto que o impacto da IA se torna visível: na qualidade da experiência de aprendizagem.
Na Conteúdo Edu, acompanhamos de perto o que muda na educação e sabemos que a tecnologia só contribui quando serve a uma estratégia clara, focada nas pessoas.
A IA já está moldando decisões de professores, gestores e estudantes. Ignorar esse movimento não é mais uma opção para quem quer crescer no setor.
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