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Crescimento das matrículas e novas perspectivas: dados do Censo 2023

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Crescimento das matrículas e novas perspectivas: dados do Censo 2023

Gabriela Alencar

24/10/2024

O Censo da Educação Superior de 2023 no Brasil aponta um avanço significativo no último ano, com aumento nas matrículas e efeitos positivos dos programas governamentais nas taxas de conclusão.

Porque isso importa: Os dados do censo mostram um crescimento de 5,6% nas matrículas entre 2022 e 2023, alcançando mais de 9,9 milhões de estudantes, o melhor resultado desde 2014. Esse aumento demonstra a maior acessibilidade ao ensino superior no Brasil, especialmente por meio da educação a distância (EAD), que registrou um crescimento de 232% desde 2018.

O panorama geral: As instituições particulares têm papel central, representando 79,3% das matrículas. A expansão do setor e a relevância da educação a distância refletem mudanças no cenário do ensino superior brasileiro, destacando a necessidade de manter a qualidade nessa modalidade.

Em números: Programas governamentais como ProUni e Fies têm ajudado os alunos a concluírem seus cursos, com 58% dos beneficiários do ProUni se formando em 2023, comparado a 36% dos não beneficiários.

O que dizem: O secretário-executivo do MEC, Leonardo Barchini, ressaltou a importância de apoiar os alunos em situação de vulnerabilidade, mencionando novos programas de assistência estudantil sendo desenvolvidos com base nesses dados.

Os dados destacam a oferta de vagas, matrículas e ingressos nas instituições de ensino superior, tanto públicas quanto privadas, e nas modalidades presencial e à distância. Confira os principais destaques:

Oferta de Vagas

De acordo com o censo, em 2023 foram registradas 2.580 instituições de educação superior no Brasil. Destas, a maioria é composta por instituições privadas, representando 87,8% (2.264 instituições), enquanto 12,2% (316 instituições) são públicas.

  • Rede privada: ofertou 95,9% (23.681.916 vagas) das mais de 24,6 milhões de vagas disponíveis.
  • Rede pública: responsável por 4,1% (1.005.214 vagas), sendo que 65,5% (658.273 vagas) pertencem às instituições federais.

Na análise por modalidade, o ensino a distância (EaD) continua predominante:

  • Educação a Distância (EaD): representou 77,2% (19.181.871 vagas).
  • Presenciais: representaram 22,8% (5.505.259 vagas).

Matrículas

O número de matrículas nas instituições de ensino superior também apresentou um crescimento significativo, chegando a mais de 9,9 milhões de alunos, um aumento de 5,6% entre 2022 e 2023 – o maior registrado desde 2014.

  • Instituições privadas: concentraram 79,3% (7.907.652) das matrículas, apresentando um crescimento de 7,3% em comparação ao ano anterior.
  • Instituições públicas: registraram 20,7% (2.069.130) das matrículas, com uma pequena queda de 0,4%.

Ingressantes

Em 2023, mais de 4,9 milhões de estudantes iniciaram seus cursos de graduação.

  • Rede privada: recebeu 88,6% (4.424.903) dos ingressantes.
  • Rede pública: contou com 11,4% (569.089) dos novos alunos.

A divisão por modalidade mostra que o EaD segue como a escolha predominante:

  • Educação a Distância (EaD): 66,4% (3.314.402) dos ingressantes.
  • Presenciais: 33,6% (1.679.590) ingressaram em cursos presenciais.

Tendências na Rede Pública e Privada

Enquanto a modalidade EaD domina o cenário geral de ingressos, na rede pública, a maioria dos ingressos ocorreu em graduações presenciais: 85% (481.578) dos novos estudantes optaram por cursos presenciais, enquanto apenas 15% (87.511) escolheram cursos a distância.

Na rede privada, o cenário é o oposto, com 73% (3.226.891) dos ingressantes escolhendo cursos na modalidade EaD, e 27% (1.198.012) optando por cursos presenciais.

“Os dados nos mostraram que o caminho é cuidar desses estudantes, especialmente dos que mais precisam, porque eles respondem, eles dão resultado quando instados a entrar na educação superior. A gente dá uma chance para esses estudantes de baixa renda, pretos, pardos e indígenas, e eles respondem. Nesse sentido, com esse direcionamento, com base nesses dados, é que nós estamos desenhando os novos programas de concessão de benefícios de assistência estudantil para esses estudantes”, ressaltou Barchini, lembrando que o MEC já aumentou o valor do Política Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes).   

A fala de Leonardo Barchini trouxe uma expectativa positiva para o futuro da educação superior. Com a proposta de novos programas, incluindo o “Pé-de-Meia Universitário“, surge a chance de revitalizar o Fies e o ProUni, que enfrentaram desafios nos últimos anos. Esses dados do Censo de 2023 devem guiar as políticas públicas para garantir que o acesso à educação superior se transforme em permanência e conclusão.

Para o setor privado, que responde pela maioria das matrículas, esses números são um guia para ajustar a gestão das instituições e contribuir de forma direta com os reguladores do ensino superior. O momento é de agir com base em informações claras, fortalecendo as estratégias que assegurem uma educação de qualidade e acessível para mais brasileiros.

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